Estação 5 - A vida num silvado ribeirinho
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Conhece as silvas (Rubus sp.)?
Já deve ter provado os seus frutos, que as aves também apreciam, as amoras. Cuidado com os picos!
Estes silvados são importantes para a biodiversidade animal, quer como fonte de alimento, quer como local de abrigo e de nidificação.
A Toutinegra-dos-valados (Curruca melanocephala) é frequentadora assídua destes locais, assim como pequenos mamíferos e insetos.
Próximo, encontra alguma Tamargueira?
As suas folhas parecem escamas e, no início da primavera, podes observar as suas flores rosadas que formam cachos cilíndricos e atraem muitos insetos polinizadores.
E que bonitas são!
Continue caminho para jusante e atravesse a ribeira para a margem esquerda numa ponte de madeira sobre pedra.
Estamos agora numa zona mais declivosa da linha de água.
Observe o leito da ribeira.
Vê plantas todas inclinadas no mesmo sentido como se tivessem sido "penteadas"?
Porque se encontram assim?
Foram penteadas pelas enxurradas.
Mesmo nos meses mais secos, elas "dizem-nos" que na estação chuvosa a quantidade de água que escorre é considerável e com corrente forte.
Junto ao Freixo (Fraxinus angustifolia), árvore característica das zonas ribeirinhas, juntam-se duas linhas de água àquela que acompanhaste, aumentando o caudal da ribeira.
Influenciarão a qualidade da água de forma positiva ou negativa?
Para dar resposta a esta questão a ciência e a tecnologia podem ser nossos aliados.
Ao longo da ribeira são vários os pontos de recolha de amostras de água, devidamente sinalizados.A Agência Portuguesa de Ambiente e a Universidade de Évora, parceiras do Projeto Ribeira da Torregela Viva e Vivida, recolhem e analisam estas amostras em relação a vários parâmetros, para avaliar a qualidade da água da ribeira.
Com um pouco mais de atenção pode descobrir uma pequena nascente. Em tempos, quando o abastecimento público falhava, a população recorria a este ponto de água.
Vire à direita e siga pelo canal até ao lago. Este canal poderá não ser a parte mais encantadora desta ribeira. No entanto, pode esconder algumas boas surpresas, nomeadamente vestígios de atividade de animais residentes como dejetos de Lontra (Lutra lutra), que aqui se alimenta por exemplo de Lagostim-vermelho-do-Louisiana (Procambarus clarkii), uma espécie invasora em Portugal.
Se estiver muito atento pode observar bolhas de ar que emergem à superfície da água, libertadas pelo Cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa).